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Análise NBR 8160 – Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário

Nos últimos meses tenho analisado diversos projetos de Esgoto Sanitário, e tenho notado alguns erros comuns nesses tipos de projetos, erros que poderiam ser evitados se os projetistas parassem um dia de trabalho para analisar e estudar a NBR 8160 de Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário.


Mas o proposito do Blog não é BIM?


Claro que é BIM, e a elaboração do projeto faz parte do Processo BIM. Mas trago aqui esse texto principalmente pelo fato de ter trabalho na transcrição de projetos de Engenharia de CAD para uma Construção Virtual, e tenho visto muitos projetos em desacordo com a norma ou com a representação gráfica das peças errada por falta de desconhecimento ou de atenção dos projetistas.


Fazendo uma rápida análise, trago aqui alguns pontos que devem ser levados em consideração no desenvolvimento do projeto, Mas recomendo que todos leiam a NBR 8160 na integra, para total entendimento da mesma.


Capítulo 1 da NBR, fala sobre o objetivo da mesma:


“Esta Norma estabelece as exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de esgoto sanitário, para atenderem às exigências mínimas quanto à higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas. ”


Capítulo 2: São as referências normativas que estão diretamente relacionadas com a NBR 8160.


Capítulo 3: Definições dos termos utilizados na NBR, para um melhor entendimento.


Capítulo 4: Requisitos Gerais, é o capitulo mais importante, é aonde está regulamentando todas as recomendações do que se deve e o que não se deve fazer num projeto de Esgoto Sanitário. Na sequência irei comentar alguns desses itens, alguns que julgo serem básicos os projetistas saberem e outros que são referentes a erros comuns encontrados em projetos de Esgoto Sanitário.


Item 4.2 Componentes do subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário


Dentro desse item, temos 3 itens a observar, que são:


Item 4.2.3 Ramais de descarga e de esgoto


Item 4.2.3.1 Todos os trechos horizontais previstos no sistema de coleta e transporte de esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, devendo, para isso, apresentar uma declividade constante.


Item 4.2.3.2 Recomendam-se as seguintes declividades mínimas:


1. a) 2% para tubulações com diâmetro nominal igual ou inferior a 75;

2. b) 1% para tubulações com diâmetro nominal igual ou superior a 100


Item 4.2.3.3 As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com ângulo central igual ou inferior a 45°.


Item 4.2.3.4 As mudanças de direção (horizontal para vertical e vice-versa) podem ser executadas com peças com ângulo central igual ou inferior a 90°.


Um erro comum em projetos está quanto as suas inclinações, que no Item 4.2.3.2 descreve que tubulações com diâmetro igual ou inferior a 75mm devem ter inclinação mínima de 2% e para diâmetros superiores a 100mm a inclinação mínima é de 1%.


Muitos projetos são elaborados com inclinação de 1% para tubos de 40mm, 50mm e 75mm.


Outro erro comum está no item 4.2.3.3, na qual fala que em trechos horizontais as mudanças de sentidos devem ser feitas com peças com ângulo igual ou inferior a 45º, ou seja, deve ser evitado conexões de 90º entre a saída do vaso sanitário e o tubo de queda ou entre o lavatório e ralo, salvo em casos em que não seja possível projetar de acordo com as recomendações da NBR.


Item 4.2.4 Tubos de queda


Item 4.2.4.1 Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único alinhamento. Quando necessários, os desvios devem ser feitos com peças formando ângulo central igual ou inferior a 90°, de preferência com curvas de raio longo ou duas curvas de 45°.


Nesta parte em que fala de tubos de queda o item 4.2.4.1 é importante fazer uma observação:


Nesse item ele fala que sempre que possível manter a prumada alinhada, quando se tem pavimentos tipos, não tem dificuldade, mas quando chega em um pavimento em que há mudança de layout como o pavimento térreo, há a necessidade de diversas mudanças de sentido, de modo que no geral, não se tenha prumada no meio de uma vaga de estacionamento. Nesse ponto um erro muito comum é na chegada de um desvio na lateral de um pilar, na qual há uma viga também, e a representação da maioria dos projetos é com uma conexão de 90º, ou seja, na maioria dos casos, se for analisar a compatibilidade das duas disciplinas, nota-se que a conexão está dentro da viga. Nesse caso é facilmente resolvido em obra, mas será necessárias ao menos duas conexões de 45º para fazer o desvio da viga e o Tubo de Queda estar abaixo da Viga, e o mesmo vale para quando esse Tubo chega ao solo, nesse mesmo ponto há uma grande probabilidade de ter uma viga, na qual será necessário da mesma forma fazer o desvio com duas conexões de 45º.


Item 4.2.5 Subcoletores e coletor predial


Item 4.2.5.1 O coletor predial e os subcoletores devem ser de preferência retilíneos. Quando necessário, os desvios devem ser feitos com peças com ângulo central igual ou inferior a 45°, acompanhados de elementos que permitam a inspeção.


Item 4.2.5.2 Todos os trechos horizontais devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, devendo, para isso, apresentar uma declividade constante, respeitando-se os valores mínimos previstos em 4.2.3.2. A declividade máxima a ser considerada é de 5%.


Nesta parte da Norma um ponto que vale discutir é o item 4.2.5.1, na qual diz que o caminhamento dos coletores e subcoletores quando necessário ter desvios para chegar ao destino final, no máximo devem ter conexões com ângulo de 45º.


Item 4.3 Componentes do subsistema de ventilação


Item 4.3.13 Toda tubulação de ventilação deve ser instalada com aclive mínimo de 1%, de modo que qualquer líquido que porventura nela venha a ingressar possa escoar totalmente por gravidade para dentro do ramal de descarga ou de esgoto em que o ventilador tenha origem.


Item 4.3.16 As ligações da coluna de ventilação aos demais componentes do sistema de ventilação ou do sistema de esgoto sanitário devem ser feitas com conexões apropriadas, como a seguir:


1. a) quando feita em uma tubulação vertical, a ligação deve ser executada por meio de junção a 45º; ou

2. b) quando feita em uma tubulação horizontal, deve ser executada acima do eixo da tubulação, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de até 0,15m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais elevado dos aparelhos sanitários por ele ventilados, antes de ligar-se a outro tubo ventilador, respeitando-se o que segue:


1) a ligação ao tubo horizontal deve ser feita por meio de tê 90° ou junção 45° com a derivação instalada em ângulo, de preferência, entre 45° e 90° em relação ao tubo de esgoto, conforme indicado na figura 5;


2) quando não houver espaço vertical para a solução apresentada acima, podem ser adotados ângulos menores, com o tubo ventilador ligado somente por junção 45° ao respectivo ramal de esgoto e com seu trecho inicial instalado em aclive mínimo de 2%;


3) a distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação ao tubo de esgoto e a conexão de mudança do trecho horizontal para a vertical deve ser a mais curta possível;


4) a distância entre a saída do aparelho sanitário e a inserção do ramal de ventilação deve ser igual a no mínimo duas vezes o diâmetro do ramal de descarga.


No item em que descreve os sistemas de ventilação é o item em que mais encontro desacordo com a Norma.


No item 4.3.13 apenas coloco aqui para ficar claro que é necessário ter uma inclinação mínima de 1%, de modo que os líquidos formados pelos gases possam escoar no sentido do ramal de esgoto.


No item 4.3.16 descreve vários pontos a observar, o primeiro é o tipo de conexão que deve ser utilizado, que no caso é recomendado a utilização de Junção de 45º para a ligação do ramal de ventilação na coluna de ventilação, e esse mesmo ramal de ventilação, quando está saindo do ramal de descarga deve ser executada acima desse ramal, e a ligação do ramal de ventilação deve estar no mínimo a 15cm do nível de transbordamento de água do aparelho sanitário mais elevado, de modo que se respeite toda a descrição citada nesse mesmo item.


Na imagem abaixo, temos uma demonstração básica dos erros mais comum, no lado esquerdo está uma representação em acordo com a NBR, e no lado direto temos uma representação em desacordo com a norma.



No capítulo 5, temos o dimensionamento de todo o sistema de esgoto, nesse capitulo não se tem muito o que citar, pois cada projetista te a sua solução de projeto, e como é dimensionamento, teoricamente todos devem chegar em números similares nos projetos.


No capítulo 6, descreve que as execuções devem ser elaboradas conforme o que está em projeto, e que nos anexos da norma estão descritos os procedimentos básicos.


No capítulo 7, descreve que os sistemas devem ter uma manutenção periódica, e que nos anexos estão descritos alguns procedimentos a serem tomados.


No capítulo 8, fala da qualidade, na qual deve ser garantia em todas as fases do sistema, que vai desde o seu empreendedor até o uso, operação e manutenção dos empreendimentos.


Autor

Gian Felippe Lisboa Oneda


Fonte: BIM Information




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