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Compatibilização de Projetos – Analise Itens NBR 6118 Projeto de Estrutura de Concreto

É comum durante a execução de uma obra encontrar conflitos entre as disciplinas executadas, e um grande impacto que há na construção são as interferências que ocorrem entre a Estrutura e os Sistemas Prediais. Interferências que poderiam ser facilmente detectadas durante a fase de projetos caso fossem analisados como um todo.


Hoje é fácil encontrar a palavra compatibilização quando vai se contratar um projeto, todos os projetistas falam que seus projetos são compatibilizados, mas o que é Compatibilização?


Uma das melhores definições que já encontrei foi em uma Tese aonde definia como: “A compatibilização de projetos pode ser definida como: a análise, verificação e correção das interferências físicas entre as diferentes soluções de projeto de uma edificação. Sob este enfoque a compatibilização é parte da coordenação técnica de projeto”. ( RODRÍGUEZ, 2005)


O que tenho percebido é que na grande maioria as compatibilizações são feitas na sobreposição de projetos 2D em software CAD. É possível realizar uma compatibilização dessa forma, mas a análise tem que ser feita ponto a ponto, o maior problema das incompatibilidades está na distribuição horizontal dos Sistemas Prediais, principalmente com os sistemas de esgoto e drenagem, aonde temos o fator da inclinação, que cruzam com as vigas e geram as incompatibilidades. São nesses casos que tem que haver um grande cuidado, analisando a distribuição ponto a ponto para saber em que nível que está a cada mudança de sentido e identificar nos cruzamentos com as vigas se está compatível ou se há a necessidade de verificar juntamente ao calculista uma solução.


Outro método de se compatibilizar os projetos é através da integração dos Modelos 3D, aonde é possível utilizar softwares que automatizam parte do processo, como por exemplo o Solibri Model Checker, Navisworks, Tekla BIMsight, entre outros. Esses 3 softwares trabalham com arquivos IFC, na qual se é necessário o projetista estar trabalhando com um software que seja possível exportar para esse formato, e consequentemente estar trabalhando dentro de um conceito BIM na qual todos os projetos estejam sendo coordenados ao mesmo tempo.


Mas agora falando sobre a NBR 6118, a norma é especifica para Projeto Estrutural de Concreto Armado, aonde fala sobre os métodos de cálculos e verificações para elaboração do projeto, e alguns itens da norma falam sobre situações que são permitidas sem a consulta do calculista. Trago aqui 3 itens da NBR 6118 que são:


Item 13.2.5.1 Furos que atravessam vigas na direção de sua largura


Em qualquer caso, a distância mínima de um furo à face mais próxima da viga deve ser no mínimo igual a 5 cm e duas vezes o cobrimento previsto para essa face. A seção remanescente nessa região, tendo sido descontada a área ocupada pelo furo, deve ser capaz de resistir aos esforços previstos no cálculo, além de permitir uma boa concretagem.


Devem ser respeitadas, simultaneamente, para dispensa da verificação, as seguintes condições:


a) furos em zona de tração e a uma distância da face do apoio de no mínimo 2 h, onde h é a altura da viga;


b) dimensão do furo de no máximo 12 cm e h/3;


c) distância entre faces de furos, em um mesmo tramo, de no mínimo 2 h;


d) cobrimentos suficientes e não seccionamento das armaduras (ver Seção 7).


Item 21.3.3 Furos que atravessam as vigas na direção da altura


As aberturas em vigas, contidas no seu plano principal, como furos para passagem de tubulação vertical nas edificações, não podem ter diâmetros superiores a 1/3 da largura dessas vigas nas regiões desses furos. Deve ser verificada a redução da capacidade portante ao cisalhamento e à flexão na região da abertura.


A distância mínima de um furo à face mais próxima da viga deve ser no mínimo igual a 5 cm e duas vezes o cobrimento previsto nessa face. A seção remanescente nessa região, tendo sido descontada a área ocupada pelo furo, deve ser capaz de resistir aos esforços previstos no cálculo, além de permitir uma boa concretagem.


No caso de ser necessário um conjunto de furos, estes devem ser alinhados e a distância entre suas faces deve ser de no mínimo 5 cm, ou o diâmetro do furo e cada intervalo deve conter pelo menos um estribo.


No caso de elementos estruturais submetidos à torção, esses limites devem ser ajustados de forma a permitir um funcionamento adequado.



Nestes dois itens falam sobre Furos em Vigas.


O item 13.2.5.1 fala sobre os furos horizontais, segundo a norma situações que dispensam verificações têm que respeitar uma distância mínima de 2 vezes a altura da viga de qualquer apoio, ter uma dimensão máxima de 12cm, no máximo essa dimensão pode ser 1/3 da altura da viga e se caso houver mais de um furo no mesmo trecho, esses furos têm que respeitar uma distância mínima de 2 vezes a altura da viga entre eles mesmo.


Já o item 21.3.3 fala sobre os furos verticais, e segundo a norma o furo não pode ser maior que 1/3 da largura da viga, a distância mínima entre as faces do furo e as faces da viga devem ser no mínimo de 5cm e no caso de haver mais de um furo no mesmo trecho, a distância entre os furos deve ser no mínimo de 5cm e conter no mínimo 1 estrigo entre cada furo.


Caso o furo necessário esteja respeitando todos esses itens e ainda ser feita uma boa concretagem dispensa a verificação, mas caso não esteja respeitando, é necessário verificar junto ao calculista para serem previstos reforços estruturais ou que seja encontrado uma outra solução.


13.2.5.2 Aberturas que atravessam lajes na direção de sua espessura


Em lajes lisas ou lajes-cogumelo, a verificação de resistência e deformação previstas em 13.2.5 deve sempre ser realizada.


Lajes de outros tipos podem ser dispensadas dessa verificação, quando armadas em duas direções e sendo verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:


a) as dimensões da abertura devem corresponder no máximo a 1/10 do vão menor (lx) (ver Figura 13.1);


b) a distância entre a face de uma abertura e o eixo teórico de apoio da laje deve ser igual ou maior que 1/4 do vão, na direção considerada; e


c) a distância entre faces de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade do menor vão.


Este item é referente aos furos em Lajes, vamos analisar uma laje de 5m x 5m.


Numa situação dessas o furo na laje no máximo poderia ser de 0,5m x 0,5m e a distância mínima das faces do furo até o eixo de apoio da laje deve ser de 1,25m.


Em qualquer outra situação que o furo da laje não esteja respeitando essas condições será necessário verificar junto ao calculista para autorização do mesmo.


Item 13.2.6 Canalizações embutidas


Consideram-se canalizações embutidas as que resultem em aberturas segundo o eixo longitudinal de um elemento linear, contidas em um elemento de superfície ou imersas no interior de um elemento de volume.


Os elementos estruturais não podem conter canalizações embutidas nos seguintes casos:


1. a) canalização sem isolamento adequado, quando destinadas à passagem de fluídos com temperatura que se afaste em mais de 15ºC da temperatura ambiente, a menos que seja realizada uma verificação específica do efeito da temperatura;

2. b) canalizações destinadas a suportar pressões internas maiores que 0,3MPa;

3. c) canalizações embutidas em pilares de concreto, quer imersas no material ou em espaços vazios internos ao elemento estrutural, sem a existência de aberturas para drenagem


Este é um item de muita discussão, há projetistas que não permitem esse tipo de situação e há projetistas que permitem. Trago aqui o LINK de uma discussão em um grupo de projetistas de estrutura no facebook.


Autor Gian Felippe Lisboa Oneda


Fonte: BIM Information


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